Raoni pede à União Europeia para defender a Amazônia

12/12/2012 10:54
11 de Dezembro, 2012 - 19:45 ( Brasília ) - SITE DEFESANET

 

 
 




Cacique Raoni está na França buscando apoio para a campanha contra a construção de Belo Monte. Reuters
 

O cacique Raoni visitou nesta terça-feira, 11 de dezembro de 2012, o Parlamento Europeu de Estrasburgo, leste da França. Ele pediu aos eurodeputados para intervir junto ao governo brasileiro e impedir a construção da barragem de Belo Monte. A declaração de Raoni, que faz um giro europeu em defesa da Amazônia, acontece no primeiro dia da visita de Estado da presidente Dilma Rousseff à França.

“Eu queria pedir a vocês europeus para conversar sobre este problema com o governo brasileiro e pedir que ele nos respeite enquanto povo indígena” declarou o cacique caiapó esta tarde, na sede do Parlamento Europeu. Inconfundível, com seu célebre cocar de penas amarelas, Raoni acusou as autoridades brasileiras de querer roubar as terras e destruir os indígenas: “Estou realmente preocupado a sobrevivência de nosso povo”, completou.

O cacique estava acompanhado pela eurodeputada verde e ex-candidata às presidenciais francesas, Eva Joly. Ela disse que a construção de Belo Monte na Amazônia é também um problema europeu, pois “são empresas europeias que vão construir a barragem”. O grupo francês Alstom, principalmente, venceu em fevereiro de 2011 concorrência de 500 milhões de euros para fornecer duas turbinas para Belo Monte.

Outra eurodeputada francesa, Catherine Grèze, comparou a barragem a um “cavalo de tróia”. “Belo Monte é apresentado como sendo um projeto de energia limpa, mas na verdade ele abre a porta para a extração de minérios e destruição da Amazônia”, falou Grèze.

O cacique Raoni está atualmente na Europa divulgando a campanha “Amazônia em risco”. Ao lado de ONGs e associações de defesa do meio ambiente, ele acusa a barragem, cujas obras foram iniciadas em junho de 2011 a um custo de 14,4 milhões de dólares, de obrigar as comunidades da região a mudar seu modo de vida. No último dia 29 de novembro, o cacique foi recebido pelo presidente francês François Hollande, em Paris.